Portanto, acompanhando a onda, faço uma breve retrospectiva dos últimos 10 anos e fico impressionado.
Há dez anos atrás as torres gêmeas ainda estavam de pé e eu ainda estava fazendo o meu projeto final de arquitetura. Ainda não tinha caído a ficha de que aquela rica fase da minha vida– a universitária – estava chegando ao fim. Na verdade, a longa fase estudantil estava chegando ao fim.
Em 2000, eu ainda não imaginava que dentro de 2 anos, iria morar por 6 meses em um país da África. Muito menos que iria voltar com vontade de não voltar.
No início da década eu ainda não era casado e dividia apartamento com outros 4 amigos. Não tinha nenhum patrimônio. Meu dinheiro era escasso (o bandeijão da UFF ainda era a minha salvação...)
No início de 2000 estava a pouco mais de um ano namorando minha agora esposa, Priscila. Não tinha certeza sobre o nosso futuro, muito menos imaginava que ainda levaríamos 5 anos para nos casar. Também não imaginava que ainda iria trabalhar por quase dois anos em minha profissão – dois anos depois de formado – antes de, finalmente, me tornar um missionário.
Naquela época o meu futuro era tão incerto! Eu poderia prever muitos futuros possíveis.
Termino a década casado, no ministério de tempo integral, com cargos de responsabilidade e grandes desafios pela frente. Foi uma década de grandes decisões. Novas rotinas. Novos amigos. Novas experiências. Foi uma década em que, na vida pessoal, colhi mais do que plantei. No espiritual, porém, julgo que plantei mais do que colhi. Essa afirmação pode não fazer sentido para alguns, tendo em vista a posição ministerial que ocupo hoje, mas, para quem entende do assunto, é sabido que fruto não tem nada a ver com posições ou títulos. Além disso, essa é uma perspectiva que me permite ver que o melhor ainda está por vir.
Neste 31 de Dezembro de 2009, desejo que os próximos 10 anos reservem ainda muito boas surpresas. Para o país, desejo que a desigualdade social, a pobreza e a violência continuem diminuindo. Que o Brasil cresça em educação, saúde e desenvolvimento econômico. Desejo cidades mais estruturadas e os direitos mais básicos sendo acessados por todos. Principalmente, desejo que os brasileiros descubram um tesouro ainda mais valioso, que não pode ser medido, que é “Deus conosco, a esperança da glória”. Desejo que cada brasileiro possa descobrir a salvação em Cristo, e o que ela significa para nossa vida futura e para o agora. E desejo que, em consequência disso, valorizemos mais os bens não mensuráveis, como a família, os relacionamentso e a vida.
Que nossos corações estejam nos tesouros “do alto” e que as nossas prioridades estejam na ordem certa. Que nos apercebamos, a cada dia, da presença de Deus e que isso nos deixe facinados no meio do caos da vida. E que Ele continue nos guiando conforme os seu propósitos.
Enfim, desejo um ótimo 2010 e uma ótima "Nova Década" para todos!
Wesley Cunha
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Abaixo, um timeline da minha vida nestes últimos 10 anos:
2000 – Foi o meu último ano de faculdade. Ano do meu projeto final de arquitetura e de crises sobre o que fazer com o meu futuro.
2001 – Foi o ano da minha formatura. Depois de tantos anos, era surreal ter o diploma em mãos e ver a ficha caindo que aquela fase da minha vida estava, finalmente, ficando pra trás. Parece que foi ontem que estava comemorando com meus colegas de apartamento – o qual também deixei neste ano.
2002 – Foi o ano em que morei por seis meses em Moçambique
2003 – Neste ano eu mergulhei na minha vida profissional. Também foi o ano da definição do meu chamado para o ministério
2004 – Dei o meu passo para a entrada para o ministério e para o noivado.
2005 – O ano do meu casamento e início do levantamento de minha equipe de investidores.
2006 – Fui convidado a fazer parte da primeira turma de desenvolvimento de líderes em nosso ministério na América Latina
2007 – Coordenei o projeto missionário em Juiz de Fora. Também foi o ano em que a Priscila pediu demissão em seu emprego para ingressar no ministério de tempo integral.
2008 – Este ano marcou o levantamento dos sócios ministeriais da Priscila, e o início de nossas atividades ministerias enquanto casal. Tambem foi o ano em que tivemos o privilégio de contribuir com a campanha dos “4 pontos” (?!.) em Friburgo.
2009 – Foi um ano de multiplos desafios. Ingressei no time que esta planejando e liderando a segunda turma de desenvolvimento de líderes continentais. Também ingressei na liderança do ministério no Grande Rio, o que significa liderar os missionários aqui no Estado. Por fim, incorporei também a Equipe de Liderança Nacional. O ano termina ainda com a poeira baixando de tantos compromissos e mudanças de rotina.