terça-feira, 16 de junho de 2009

Seguir Jesus é...

Como você completaria esta frase? Até recentemente, eu diria coisas como "andar em santidade", "amar as pessoas", "buscar em primeiro lugar o Reino de Deus", entre outras coisas. Todas corretas, a propósito. Mas hoje, acrescentaria uma a mais: interagiria mais, com as pessoas ao meu redor.
A primeira vista pode parecer um conceito redundande, fraco. Mas isso porque temos uma idéia Joaniana do que significa "interação". Ora, João Batista pregou, influenciou, impactou vidas e representou uma ameaça para muitos. Representou também um exemplo a ser seguido por outros. E o foi. Ele tinha um ministério que transformou a vida de muitos. Tudo isso. Mas uma coisa que não podemos relacionar a João é o conceito de interação.
Àquele que era maior que João Batista, àquele que era a razão de seu ministério, ou seja, a Jesus, a esse, sim, podemos atribuir o melhor exemplo de inserção à cultura de sua geração, e uma interação com as pessoas ao seu redor.
Jesus estava em todos os tipos de lugares e interagiu com todos os tipos de pessoas. Foi chamado, por isso, de amigo de publicanos e pecadores.
Jesus escandalizou por seu comportamento, causado justamente pelo seu objetivo de estar junto daqueles a quem veio salvar. Diferente de João Batista, ele andou com eles, comeu e bebeu com eles (a propósito, o mesmo tipo de comida e bebida, ao invés de iguarias exóticas, como gafanhoto com mel...), tocou neles, foi às suas festas, às suas casas, se deixou ser tocado por mulheres - uma, inclusive, com fluxo de sangue. Passou por Samaria. Conversou com uma samaritana (foi ele quem puxou a conversa). Dormiu na casa de samaritanos!
Jesus curou, pregou, andou e ordenou seus discípulos a colherem espigas no sábado.
Ele comeu sem lavar as mãos. Deixou que uma mulher de moral duvidosa lavasse seus pés e secasse com seus cabelos. Permitiu que outra desperdiçasse um vaso de perfume caro apenas para ungi-lo.
Sem dúvida nenhuma, Jesus era um escândalo! A tal ponto que o próprio João chegou a duvidar se era ele mesmo o Messias. E os fariseus... bem, esses então... chegaram a acusá-lo de ter demônios!
Essa reflexão é decorrente do que foi discutido no Congresso "Interação +", que aconteceu neste feriado, em Resende - RJ. Em boa parte, da oficina do Gil, diretor nacional do Alfa e Omega.
É impossível descrever aqui tudo o que Deus tem nos ensinado nestes dias. Mas posso dizer que temos sido duramente confrontados com o fato de que, provavelmente na maioria das vezes, somos muito mais parecidos com seguidores de João Batista do que de Jesus. Afinal, não é assim? Queremos comer diferente, falar diferente, nos vestir diferente, porque essa é a nossa idéia de espiritualidade e de separação das "contaminações do mundo". Nos afastamos das pessoas, nos retiramos para o nosso "deserto" limpo e desinfetado das nossas igrejas. Acreditamos que é lá onde realmente desempenhamos o nosso ministério, e podemos ser "a voz do que clama no deserto", onde as pessoas vêm até nós para ouvir a nossa mensagem.
Temos medo de nos contaminarmos com o mundo. Por isso recusamos tantos convites para ir a festas de casamento onde têm vinho; comer em casa de "pecadores" e corrúptos; sermos tocados por pessoas de má fama; conversarmos com inimigos e perseguidores; estar em lugares reconhecidos como "impuros" e sermos amigos de pessoas "impuras". Não queremos escandalizar os "escandalizáveis", enquanto deixamos que doentes morram porque nos recusamos a andar entre eles.
Queremos ser "verdadeiros seguidores de Cristo". Esta frase, que faz parte de nossa declaração de missão, hoje tem um novo significado para mim. E, assim penso, um novo significado para os cerca de 230 participantes de nosso Congresso em Resende.
Queremos crescer nesta visão, e queremos crescer juntos. Afinal, temos aprendido também o quão importante é, neste processo, o fortalecimento de nossos vínculos com o Reino de Deus. Afinal, precisamos um dos outros para nos ajudar e socorrer, em caso de real contaminação. E também para representar bem o Reino que proclamamos. Penso que se alguém não tem este vínculo, é melhor que seja realmente como João Batista.

1 comentários:

Me lembro que o Gil falou um pouco sobre isso no QGM na PIB de Niterói esse ano. Estava tentando me lembrar do assunto e ... cheguei nesse blog. Totalmente coisa de Deus. ÓTimo post. A Paz de Deus