O texto abaixo foi escrito em resposta a uma pessoa que me mostrou um “testemunho” de uma “ex-presbiteriana”, agora católica.
Procurei fugir dos pormenores do testemunho em si para me concentrar na pessoa que aparece em segundo plano no depoimento: Jesus Cristo. Aliás, refletir sobre a pessoa de Cristo e Sua Palavra já resolve muitas das questões que eu levaria horas pontuando e talvez não chegasse a lugar nenhum...
Caro Nilton,
[...]
É sempre delicado falar de testemunhos. Eu, particularmente, gosto muito de testemunhos. Acho os testemunhos importantes porque eles contam das maravilhas de Deus, glorificam a Deus e estimulam a fé. Eu tenho meus próprios testemunhos de vida também que eu gosto de contar e também conheço outros, de outras pessoas, que ficaram no meu coração. Mas reconheço que nem os meus testemunhos, nem o de ninguém, constituem base doutrinária. Ou seja, o testemunho, em si, não autentica uma verdade ou suposta verdade. A verdade é verdade por si mesma, independente do testemunho atribuído à ela. E um testemunho é autenticado pela verdade, e não o contrário. Pois testemunho por testemunho, têm também os espíritas, os umbandistas, os mórmons, os budistas e até os pastores mal-intencionados que usam de testemunhos - sejam eles verídicos ou não - para comover o povo e associar à ele uma mentira travestida de verdade.
Repito, o testemunho é importante, mas somente quando é "Cristocêntrico", ou seja, quando sua ênfase está em Cristo e leva as pessoas a colocarem sua fé nEle apenas. Eu mesmo fico feliz de contar meus testemunhos porque vejo que dessa forma eu glorifico a Deus.
Ora, se o testemunho em si não é base de doutrina, até porque tantas religiões alegam ter seu próprios milagres (considere-os verdadeiros ou falsos), o que podemos colocar, de ante-mão, como referência válida para nós dois? A resposta é: Cristo e Sua Palavra.
- Concordamos com a Trindade e com Cristo sendo parte dela;
- Concordamos que em Cristo reside toda a "plenitude de Deus"
- Concordamos que "a graça e a verdade vieram por meio de Cristo"
- Concordamos também que a Bíblia - independente de ser um livro católico ou não-apenas-católico (essa discussão nem me interessa) é a Palavra de Deus;
- Que os apóstolos e discípulos que a escreveram foram inspirados pelo Espírito Santo para tal (e não "apenas" testemunhas oculares)
- Que aquela igreja primitiva, independentemente de ela já ser a Igreja Católica Romana (como defendem os católicos) ou algo anterior a isso (como defendem os protestantes) - novamente, uma discussão que não me importa neste momento - era, de fato, verdadeira igreja (apesar de chamada de seita) e ninguém pode negar esse fato.
Bem, tendo essas coisas em mente, as perguntas que não querem - e não podem - calar, são:
Qual foi a tônica da pregação apostólica? Em outras palavras, qual foi a pregação apostólica? Girava em torno de que? De quem? O que, de fato, era pregado, ensinado e praticado?
Quem era glorificado? Que nome era anunciado? Quem era exaldado?
Em nome de quem se pregava? Em nome de quem se expulsava demônios? Aliás, em nome de quem se orava? (antes, a quem se orava?)
A quem se louvava? A quem se cultuava? Em que, ou em quem, se colocava a confiança?
A quem se atribuia milagres?
Que nome foi dado, acima de todo nome, pelo qual importa que sejamos salvos? Que nome era clamado? A que nome se conclamava a clamar? (ficou estranha a frase, não é?)
A essa altura, torna-se até cansativo continuar com as perguntas, pois sabemos e concordamos com a resposta para todas elas (gostaria de ter tempo para citar as referências, ou, até mesmo, compilar todos os trechos bíblicos referente à cada pergunta, pois seria muito mais interessante e edificante, mas com uma simples concordância bíblica qualquer um pode fazer isso e me poupar desse trabalho, hehehe)
Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados. Ele ressucitou. Ele voltará.
Jesus Cristo é citado com alguns atributos que ninguém mais recebe (a não ser o próprio Deus, em alguns casos). Entre eles: salvador e redentor da humanidade; Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo; mediador entre Deus e os homens; o caminho, a verdade, e a vida (sem Ele é impossível ir ao Pai); entre muitos outros.
Jesus Cristo é único e suficiente salvador. Por meio dele, o homem pode experimentar o amor e perdão de Deus e ter ser relacionamento restaurado por com Ele. Através de Cristo, segundo o apóstolo Paulo, eu posso entrar na presença de Deus, sem dependência de nenhuma outra mediação, seja ela humana ou de outra ordem. Segundo o autor de Hebreus, essa mediação é suficiente, porque o sacerdócio de Cristo é maior que todos e seu sacrifício é definitivo. Está consumado!
Assim, se Cristo não puder me salvar sozinho, ninguém mais pode! Se em nome dele minhas orações não forem atendidas, não serão em nome de mais ninguém! Na teologia da igreja primitiva, Cristo era SUFICIENTE. Aliás, o que era a teologia da Igreja primitiva, a não ser esta: Cristo:
"Pois decidi não saber outra coisa a não ser isto: Cristo, e este crucificado"
Por isso mesmo, posso dar inúmeros testemunhos de pedidos atendidos. Mas posso dar também muitos testemunhos de pedidos NÃO atendidos, ou atendidos de forma diferente (e graças a Deus não foram atendidos como eu queria!). Mas graças a Deus, sempre foram pedidos à Ele, e em nome de Seu Filho (justamente como o Mestre ensinou a fazer). Se Ele não atendeu, fico satisfeito. Glória a Deus. Se atendeu, glória a Deus também!
"Portanto, quer comamos, quer bebamos, façamos tudo para a glória de Deus".
PS: Esse texto foi escrito de forma rápida, em resposta por e-mail. Pretendo ainda fazer uma reedição dele em breve, acrescentando referências. Então, retorne para ver como ficou!
1 comentários:
Será que essa ex-presbiteriana agora católica é a Sônia Miranda, que eu conheço? Antes de ser ex-presbiteriana ela era ex-batista e achava lindo o candomblé...
Creio que ela está tentando se encontrar... Quando era presbiteriana, achava que tinha se encontrado. Agora, como católica, deve acreditar na mesma coisa... Uma hora o ciclo fecha e ela se reencontra.
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