quinta-feira, 28 de março de 2013
Deus quer "acontecer" na sua vida
10:54 AM
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Hoje recebi uma
pergunta de uma estudante sobre algo que eu disse no QGM, na última sexta. A
pergunta foi essa:
“Quando você disse: "Deixe
Deus acontecer em sua vida!", fiquei pensando e até hj isso não sai da
minha mente...como posso deixar Ele realmente acontecer? Me explica melhor essa
expressão?....Obrigada.”
No contexto da
mensagem, eu me referia a uma diferença entre Deus e os demais deuses, que são
representados de maneira física, material, estática, entanto Deus prefere ser
lembrado como um Deus de acontecimentos: ele é vivo, real, dinâmico e quer
fazer parte da nossa história. Não semente isso, ele quer ser o Senhor dela.
Ele quer ser lembrado como parte de nossos acontecimentos e como o protagonista
deles. Ele quer “acontecer na nossa vida”. Como o sol que ilumina o dia (na
verdade, ele faz como que o dia seja dia), quando Deus “acontece” em nossa
vida, nada mais pode ser da mesma forma. Tudo é novo.
A expressão “Deus
quer acontecer em sua vida” expressa tudo isso e muito mais. Esse é o propósito
das expressões poéticas: tentar expressar o que não conseguiríamos de outra
forma. Uma outra forma de fazer isso é através de histórias. Uma história que
me veio à mente enquanto explicava o “Deus quer acontecer na sua vida”, é a
história dos dois discípulos a caminho de Emaús:
“E eis que no mesmo
dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios,
cujo nome era Emaús.
E iam falando entre
si de tudo aquilo que havia sucedido.
E aconteceu que,
indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se
aproximou, e ia com eles.
Mas os olhos deles
estavam como que fechados, para que o não conhecessem.
E ele lhes disse:
Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais
tristes?
E, respondendo um,
cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes
as coisas que nela têm sucedido nestes dias?
E ele lhes
perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno,
que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o
povo;
E como os principais
dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o
crucificaram.
E nós esperávamos
que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o
terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.
É verdade que também
algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao
sepulcro;
E, não achando o seu
corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem
que ele vive.
E alguns dos que
estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam
dito; porém, a ele não o viram.
E ele lhes disse: Ó
néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
Porventura não
convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?
E, começando por
Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas
as Escrituras.
E chegaram à aldeia
para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe.
E eles o
constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E
entrou para ficar com eles.
E aconteceu que,
estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu.
Abriram-se-lhes
então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes.
E disseram um para o
outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos
falava, e quando nos abria as Escrituras?
E na mesma hora,
levantando-se, tornaram para Jerusalém, e acharam congregados os onze, e os que
estavam com eles,
Os quais diziam:
Ressuscitou verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão.
E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles
fora conhecido no partir do pão.” (Lucas 24.13-35)
Note no texto como
estavam cabisbaixos e melancólicos os discípulos. Para eles, o Senhor havia
morrido e, com ele, todo o sonho cultivado durante os anos anteriores. Eles se
esqueceram da palavras de Jesus, que este ressuscitaria. Eles estavam tomados
por tanta tristeza e horror dos dias anteriores, que não conseguiam enxergar
mais do que a visão esmagadora do seu Cristo morto – mesmo após o testemunho
das mulheres que haviam encontrado o sepulcro vazio.
O próprio Jesus se
colocou ao lado deles, mas eles não o reconheceram. Como tanto acontece
conosco, eles não estavam conscientes da sua presença. Então, eles começam a
contar para o “estranho” sobre o que aconteceu. Note como eles falam de Jesus,
com alguém que “era”, como um “grande profeta” (a essa altura, eles já deveriam
saber que Cristo era bem mais que isso) e como alguém vencido pelos homens maus
(assim, alguém menor do que é). Jesus já havia quase se tornado um “vulto” do
passado pra eles. Mais que isso, de certa forma até uma desilusão (veja o
versículo 21). A falta de consciência de um Deus vivo, dinâmico, real, presente
e Senhor de tudo, pode nos fazer enxergá-lo ou tratá-lo de modo bem parecido
como os falsos deus são tratados.
Foi quando Jesus “aconteceu”
novamente na vida daqueles discípulos que tudo mudou. Foi quando Jesus partiu o
pão é que seus olhos foram, finalmente, abertos. Num piscar de olhos, Jesus
deixa de ser o profeta vencido, o vulto do passado, o morto, para se tornar,
novamente, o Cristo vivo e presente em suas vidas. A visão repentina fez toda a
diferença. Agora eles perceberam que Jesus já estava com eles, mas eles ainda não
estavam conscientes disso (“Porventura não ardia em nós o nosso coração quando,
pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?”). Agora a sua
atitude para com Jesus era outra. O “acontecimento” deu forças onde parecia não
haver mais. Deu ânimo novo e uma nova direção. Alegres, eles voltam
imediatamente para Jerusalém, de onde haviam saído. E foram encontrar-se com os
outros discípulos pra contar a grande novidade, o grande acontecimento.
Jesus “aconteceu” na
vida deles, e ele amou isso! Jesus ama estar com seus discípulos. Ele não quer
ser só um peregrino. Ele quer entrar em nossa intimidade (representada nesta
história pela casa), ele quer partir o pão (comunhão) e quer compartilhar de
sua vida hoje conosco. Os discípulos tiveram essa experiência com ele longe do
centro religioso da época: foi dentro de sua casa! Em uma situação simples e
cotidiana de suas vidas. Pense nisso!
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