Homossexuais podem acompanhar parceiros em consultas e internações em hospital.
Idéia é que ação passe a valer em toda a rede pública estadual até o fim do ano.
Desde o fim de maio, a estudante de direito Adrielly Vanportt, de 32 anos, não corre mais o risco de ser chamada por um nome masculino – que ela não gosta de revelar -, mesmo com a aparência de mulher. Aluna da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj ), ela comemora as medidas adotadas pela universidade em prol da sociedade homossexual. Entre elas, a adoção do nome social de travestis e transexuais na lista de chamada das aulas.
A decisão veio depois da 1ª Conferência Estadual de Políticas Públicas para GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis), em que a universidade se comprometeu a liberar o acesso de travestis e transexuais a banheiros femininos, além de garantir aos homossexuais que seus parceiros os acompanhem em consultas, exames e internações no Hospital Universitário Pedro Ernesto.
"Isso tem um impacto importante na auto-estima e no reconhecimento da identidade desses indivíduos", pondera Claudio Nascimento, superintendente de direitos individuais, coletivos e difusos da Secretaria de Assistência social e Direitos Humanos do estado e presidente do Grupo Arco-Íris.
“Você é claramente uma figura feminina e é chamada com nome masculino. É constrangedor”, reclama Adrielly, que há dois anos fez a cirurgia de troca de sexo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Só agora, no entanto, ela entrou com o pedido para a troca de nome nos documentos.
A novidade vale não só para alunos, mas para servidores, usuários e funcionários terceirizados. De acordo com o Claudio, a idéia é que a medida seja adotada por repartições e instalações públicas da rede estadual.
“Não achei que ia ser tão fácil. É constrangedor ir ao toalete feminino,você é uma figura feminina, mas não é biologicamente uma mulher”, tenta explicar Adrielly, casada há 3 anos.
Enquanto conquistas maiores como a união civil homossexual não chega, Claudio já prepara uma medida com o reitor da universidade que pode punir com a perda de matrícula, alunos, servidores ou funcionários terceirizados que pratiquem a homofobia.
A lista de ações que resultou da conferência tem ainda apoio à implantação da campanha Rio Sem Homofobia, que prevê a criação de dez centros de referência de combate à homofobia, prestando apoio jurídico, psicológico e assistência social a homossexuais; além de um núcleo de acompanhamento de crimes contra homossexuais.
[Matéria extraída do site G1, das organizações Globo]
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