“Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do Homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca.”
Eu estava lendo o capítulo 17 de Lucas. Quando cheguei nos versículos 26 e 27, eu travei.
Me tocou profundamente o fato de que a atitude de um único homem mudou a rotina de todas as pessoas.
Elas estavam comendo, bebendo e casando-se – atividades normais da vida. Quando Noé entrou na arca, não houve fogos e nem uma cobertura global do “evento”. Eu imagino que foi um passo que passou desapercebido para a maioria das pessoas. Mas esse passo alterou para sempre suas vidas.
Da mesma forma, no fim dos tempos, um único evento interromperá um rotina que faz parte de nossas vidas desde que a humanidade é humanidade.
Hoje, comemos, bebemos e nos casamos. Essas coisas são necessárias e até desejáveis. Mas, naquele dia, o que fará diferença não é o quanto bebemos, comemos, ou se nos casamos ou não. Mas se cremos e conhecemos Aquele que virá. Da mesma forma como, nos dias de Noé, o destino de toda aquela gente foi selada pela rejeição ao convite de entrar na Arca.
Isso nos leva a refletir – a nós, que entramos na “arca” do evangelho – sobre o nosso papel diante deste iminente dia. Fico pensando nos poucos que entraram com Noé. Será que eles criam na sua mensagem ou só entraram porque eram seus parentes? Se criam, eu imagino que eles o ajudaram a convidar o povo a entrar na arca. Eu, pelo menos, não deixaria Noé sozinho, ao menos que este me impedisse (e não acredito que ele faria isso).
Será que a apatia dos crentes em relação ao mundo perdido e à iminente ira vindoura, no fundo, não demonstra alguma falta de fé em relação ao próprio evangelho que dizemos crer?
Devemos viver a vida: comer, beber, nos casar... mas devemos nos lembrar que essas coisas fazem parte daquele grupo de atividades que cessarão naquele dia. Existe um anelo em nossos corações que vai além dessas coisas e que está relacionado àquele “evento” que interromperá nossas vidas? Eu acredito que viver para Cristo e obedecer à sua comissão (de fazer discípulos de todas as nações) são as coisas que estão diretamente relacionadas a isso.
O poder de uma atitude
Quando estava compartilhando essas coisas com a minha esposa, me dei conta de mais um detalhe. Estamos falando aqui de eventos grandes como o Dilúvio e a vinda de Cristo. Mas eu creio que, em uma perspectiva menor, nossas atitudes como filhos de Deus, podem não só influenciar, mas também mudar mesmo a rotina de vida de muitas pessoas. Por exemplo, uma simples oração em nosso quarto, que é um “evento” que ninguém vê, pode mudar a situação de uma família ou de uma cidade inteira.
Quando continuei lendo a passagem, vi que Jesus cita também o exemplo de Ló. Ele diz que assim que Ló saiu da cidade, Sodoma e Gomorra foram destruídas. Mais uma vez, o destino de uma cidade inteira estava relacionado à atitude de um único homem. Mas tem aí um detalhe que não é citado nesta passagem: antes, Abraão intercedeu por Ló e sua família.
Mais uma vez: será que aquele momento de Abraão com Deus foi relatado nos jornais de Sodoma e Gomorra? Eu tenho certeza que não.
Por isso, gostaria de finalizar este texto falando a todos os cristãos, mas, em especial, aqueles que intercedem: ao orar ou fazer qualquer outra coisa que o Senhor nos peça, tenhamos a perspectiva de quem é Aquele diante de quem nos colocamos e obedecemos. Nossa atitude pode parecer pequena, mas pode mudar uma cidade. Pode mudar uma nação! Creiamos nisso!
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