quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Quem quer ser um conservador teológico?

Quem quer ser conservador? Aposto que a maioria torceu o nariz só em ouvir a palavra “concervador”, não é mesmo? E eu não culpo ninguém por isso. Afinal, as palavras são compreendidas de acordo com o uso que se faz delas. E, nos dias de hoje, “conservador”, normalmente está associada às pessoas avessas a qualquer mudança na ordem estabelecida das coisas, não importa se essas mudanças sejam para o bem ou para o mal. Ou, pra usar um termo mais na moda, o famigerado “reacionário”.
De fato, essa pode ser uma definição, e, especialmente nos dias de mudanças (muitas delas necessárias) como os atuais, quem quer ser conservador? Mas o problema é que algumas pessoas, no afã de estarem na vanguarda (de tudo), adotaram uma espécie de “cruzada anti-conservadorismo”, e têm atacado tudo e todos que possam estar associados, de alguma forma, com esta palavra. E isso inclui o conservadorismo teológico. Um grande erro, como vamos ver mais à frente.
Alguns chegam, de fato a adotar o liberalismo teológico, simplesmente por seu compromisso com o liberalismo em si, mais do que por convicção teológica. De fato, o liberalismo favorece mudanças – algumas delas que vão contra a Palavra de Deus. Até porque, bem, para o liberalismo, a Bíblia não exatamente a Palavra de Deus...
O fato é que eu não conheço ninguém (falo de minhas relações) que tenha abraçado o liberalismo e hoje esteja andando com Deus. Obviamente, o liberal vai questionar isso, porque ele nega uma referencia externa (no meu caso, a Bíblia) que determine o que é “andar com Deus”.  Sem essa referencia, resta um teísmo subjetivo, antropocêntrico. E, para dizer bem a verdade, não são poucos os casos de pessoas que abraçam essa tendência porque possuírem problemas morais (especialmente na área sexual). Afinal, o que as impede (ou impediam) de viverem vidas libertinas era a crença na Bíblia como Palavra de Deus. Removido esse “empecilho”, elas podem viver a vida do jeito que desejam, sem, pelo menos em primeiro momento, abandonar o teísmo (embora, em pelo menos um caso que conheço, até mesmo esse resquício de teísmo foi corrompido).
Portanto, eu considero essa questão extremamente importante. Aqueles que crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus revelada, e que ela é a base final para a definição de nossas questões sobre fé e prática (e essa é uma premissa do protestantismo), precisam entender que, pelo menos para eles (e até por uma questão de coerência) nem o liberalismo, nem a neo-ortodoxia, são opções. E eu me questiono se, para um cristão, existe a opção de não aceitar a Bíblia como a Palavra de Deus.
Quando eu vejo jovens defendendo o liberalismo sem questionar, eu me preocupo bastante. Porque ele tem sido a porta de entrada para a aceitação de toda prática não bíblica. Afinal, se não há uma referência externa, quem vai combatê-la? Com base em que? Tudo vira subjetivo! É a “verdade de cada um”. Aliás, é provavelmente por isso que essas correntes são tão populares no pós-modernismo.
Sem mais, transcrevo as definições de Liberalismo, Neo-ortodoxia e Conservadorismo, extraídas do livro de Charles C. Ryrie, “Teologia Sistemática”, Editora Mundo Cristão (versão online aqui).


A questão da autoridade


A autoridade e o princípio fundamental no estudo da teologia. Presume-se que todos o que atuam dentro do conceito mais amplo da teologia “cristã” reconhecem a autoridade de Deus como norma suprema para a verdade. No entanto, amaneira como autoridade de Deus é entendida e expressa varia consideravelmente no meio “cristão”. [Continua.]

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